Conheça a rotina dos profissionais de enfermagem offshore
- fevereiro/2021
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A expressão offshore pode ser traduzida como “afastado da costa”. O termo é utilizado para identificar qualquer atividade desenvolvida em alto-mar, o que inclui serviços de enfermagem em navios e nas plataformas de petróleo.
Apesar de pouco conhecida, a enfermagem offshore é fundamental para a segurança de quem trabalha no oceano. A bordo, os enfermeiros são responsáveis pela prevenção e manejo de acidentes, assim como pelo controle de doenças e a vigilância sanitária.
A especialidade é reconhecida pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) desde 2018, mas ainda não existe consenso quanto à qualificação necessária para atuar na área. Assim, os requisitos profissionais e acadêmicos variam conforme o entendimento de cada empresa contratante.
Com o aumento do número de expedições científicas, das ações turísticas e do mercado petroleiro, cresce também a demanda por enfermeiros capacitados para o atendimento em alto-mar. Apostar na área pode ser uma alternativa para quem busca um dia a dia diferente do cotidiano hospitalar e, também, para quem possui um perfil mais aventureiro.
Atuação no mar
O enfermeiro é a autoridade em saúde no oceano. Assim, suas funções se estendem desde a elaboração de programas de saúde corporativos até o atendimento emergencial para acidentes e patologias.
O profissional trabalha com o risco iminente de desastre e precisa estar pronto para atender um grande número de trabalhadores ao mesmo tempo. Seu apoio pode ser requisitado a qualquer momento, implicando longas jornadas de trabalho e pouca constância nos horários de descanso.
Na prática, o enfermeiro é responsável por monitorar a alimentação dos trabalhadores, acompanhar a evolução de quadros crônicos, manter registros médicos, prestar atendimento de urgência, controlar a dissipação de doenças transmissíveis e evitar o desenvolvimento de quadros de dependência química.
As condições para exercer esse trabalho costumam ser adversas. As equipes, em geral, passam 14 dias em alto-mar, seguidos de 21 dias em terra. Em estudo publicado na Revista da Escola de Enfermagem da USP, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) afirmam que essa mudança constante de ambiente pode causar dissincronia temporal, diminuição da capacidade de vigília e estresse induzido pelo isolamento social.
Seja em uma plataforma de petróleo ou em um navio, o enfermeiro está sujeito a intempéries, enjoos duradouros, labirintite e acidentes ocupacionais. Quem se dedica ao segmento, portanto, precisa ser resistente à pressão, capaz de manter a calma em situações-limite e ter facilidade na tomada de decisões.
Principais qualificações para a enfermagem offshore
Ainda que cada empresa solicite cursos e especializações diferentes, a maioria delas costuma requisitar uma especialização em Enfermagem do Trabalho. Além dessa qualificação, podem ser demandadas as seguintes certificações:
>>CBSP: é o Curso Básico de Sobrevivência em Plataforma. Indicado para profissionais que atuarão no mercado petroleiro, tem duração de uma semana e aborda noções de sobrevivência, primeiros-socorros e funcionamento da plataforma;
>>ITLS: o curso International Trauma Life Support (Treinamento Internacional de Suporte à Vida em Situações de Trauma) oferece um certificado válido em todo o mundo, atestando que o enfermeiro está apto a realizar intervenções críticas, reanimação e transporte da vítima de trauma;
>>HEUT: a sigla significa Helicopter Underwater Escape Training e pode ser traduzida como Treinamento para Escape de Aeronave Submersa. O transporte para as plataformas é realizado por meio de helicópteros. Assim, algumas empresas exigem que os enfermeiros saibam administrar eventuais crises nesse intervalo.
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Redação Secad
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