Como orientar o tratamento da hérnia de disco na fisioterapia
- novembro/2020
- 1054 visualizações
- Nenhum comentário

A hérnia de disco é uma doença degenerativa que afeta a coluna vertebral e provoca quadros álgicos de diferentes gravidades e duração. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a patologia acomete quase 6 milhões de brasileiros, e o número de diagnósticos segue crescendo em razão do atual estilo de vida sedentário da população.
A condição resulta de diversos pequenos traumas na mesma região vertebral. Com o passar do tempo, eles geram desgaste e lesão do disco. A hérnia também pode ser ocasionada por um único episódio traumático.
O diagnóstico é feito pelo médico ortopedista, que se vale de exames clínicos e de imagens. De acordo com as peculiaridades de cada caso, ele indicará tratamento fisioterápico ou cirúrgico. A maioria dos pacientes, entretanto, se beneficia significativamente das práticas de fisioterapia e não precisa recorrer a cirurgias. Segundo levantamento do Hospital Santa Lucia, de Brasília (DF), quase 80% das pessoas alcançam a recuperação completa apenas com o acompanhamento fisioterápico.
Para que isso aconteça, é necessário que o profissional da fisioterapia conheça as evoluções da hérnia de disco e seus impactos sobre o organismo. Além disso, é essencial dominar os exercícios recomendados a esse grupo de pacientes.
Etapas e objetivos
A principal função do fisioterapeuta é manter o indivíduo informado sobre os resultados previstos, a progressão do trabalho e os cuidados necessários. A condição requer uma estratégia terapêutica específica para cada fase, e seus estágios são determinados com base no relato da dor (local, intensidade e frequência), na história clínica pregressa e nos exames de imagem.
Na etapa aguda, o objetivo é a redução imediata da dor e do edema. Além do repouso, são indicadas a estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), a termoterapia e a massagem para descontração da região.
Nesse momento, é hora também de ensinar o paciente a identificar e assumir posições neutras da coluna, para que ele mesmo realize o manejo da dor. O ideal é que se utilizem inclinações pélvicas para a correção do posicionamento lombar e flexões e retificações da cabeça e do queixo para a correção do posicionamento cervical.
Havendo diminuição do quadro álgico, o profissional pode prosseguir para a ativação dos músculos intrínsecos. O passo posterior, então, é incluir nas sessões movimentos simples de membros superiores e inferiores que contribuam para a estabilização da coluna.
Já na fase subaguda há um controle maior do processo inflamatório e da dor. Dessa maneira, é possível iniciar um programa de exercícios de fortalecimento e resistência à fadiga. O objetivo é estimular a percepção postural, a força, a mobilidade e o controle de todos os segmentos vertebrais. Nesse estágio, é ainda mais importante dar atenção aos alongamentos, uma vez que a diminuição da flexibilidade restringe o alinhamento normal da coluna.
Quando a patologia se torna crônica, o fisioterapeuta deve direcionar as sessões para o condicionamento e o controle da coluna mesmo durante atividades repetitivas ou de alta intensidade. Em determinadas situações do cotidiano, o paciente se verá obrigado a realizar ações como levantar pesos ou permanecer em posições desconfortáveis por longos períodos – e é essencial que ele tenha um bom preparo articular e muscular da região para evitar regressões.
Técnicas e exercícios recomendados para hérnia de disco
As modalidades terapêuticas mais indicadas para o tratamento da hérnia de disco são a cinesioterapia, a hidroterapia, a eletrotermofototerapia, o relaxamento e a massoterapia. No início do tratamento, o profissional pode apostar nos exercícios com mobilização manual suave, pois contribuem para o relaxamento dos espasmos e para a redução do edema. As atividades desenvolvidas no Pilates e no RPG são bons exemplos.
A mesa de tração motorizada também pode ser uma aliada na correção postural e na diminuição da dor. Ela separa temporariamente as vértebras, causando deslizamento mecânico das articulações facetarias na coluna e aumentando o tamanho dos forames intervertebrais. Isso impede a congestão circulatória e alivia a pressão sobre o disco.
Por fim, existem as atividades de estabilização segmentar vertebral. Elas se baseiam na conscientização da contração muscular e aumentam a capacidade do indivíduo para suportar cargas maiores, além de protegerem a região da medula óssea e as raízes nervosas.
Gostou deste conteúdo? Baixe um e-book grátis sobre as oportunidades na área da Fisioterapia:

Redação Secad
O melhor conteúdo sobre a sua especialidade.