Como tratar a aspiração de corpos estranhos em crianças
- novembro/2020
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A aspiração de corpos estranhos (ACE) é um dos atendimentos mais comuns em emergências pediátricas. Muitas vezes, os pais nem sequer sabem que a criança engoliu algum objeto, seja ele orgânico ou inorgânico, o que dificulta o diagnóstico e o manejo imediato. Por motivos assim, a ACE costuma ser uma frequente causa de mortalidade entre crianças em idade pré-escolar.
A aspiração de corpos estranhos deve ser encarada como emergência médica, já que o objeto que fica preso nas vias respiratórias e na garganta e pode causar sufocamento, pneumonia ou outras complicações.
O bloqueio gera chiado, tosse e dificuldade para respirar. A depender do tempo de permanência do objeto no organismo, é possível desencadear infecção pulmonar (atrelada à obstrução das vias aéreas), seguida de febre e pulsação acelerada.
Para aprimorar sua prática diária, conheça a Atualização em Emergência Pediátrica desenvolvida com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Como ocorrem os acidentes
A ingestão de um corpo estranho pode provocar sérios danos a qualquer paciente. Na infância, crianças de até um ano têm um pequeno espaço entre os dentes incisivos e a base de língua. Por conta dessa anatomia, aliada à frequência respiratória mais alta, há maior probabilidade de os objetos escorregarem em direção à laringe.
Já os bebês com idade entre um mês e três anos costumam explorar objetos pela via oral. Nesse período também é feita a introdução alimentar. Entretanto, sem dentes molares e com mastigação irregular, é comum que as crianças se engasguem com os alimentos.
Diagnóstico de aspiração de corpos estranhos
Médicos emergencistas com alguma experiência tendem a identificar o problema ainda no exame físico, já que a ocorrência não é incomum. Ainda assim, exames como raio x, broncoscopia e até tomografia podem ser necessários para identificar o curso do objeto no organismo e proceder a remoção adequadamente.
A eliminação do objeto, em alguns casos, depende da colaboração do paciente para que seja expelido. No entanto, bebês e crianças em idade pré-escolar não têm habilidade necessária para isso, o que exige que o médico realize algumas manobras.
Determinados corpos estranhos se encaminham ao sistema gástrico e não geram sintomas. Objetos não-cortantes podem ser eliminados espontaneamente. Nesses casos, é preciso fazer acompanhamento para que o item seja eliminado em até três semanas.
A broncoscopia pode ser um dos tratamentos para eliminação dos objetos. Em casos mais graves, somente incisões cirúrgicas são capazes de resolver o problema.
Tratamento requer habilidade e agilidade
Segundo a SBP, em crianças menores de um ano, o procedimento é apoiar o bebê no braço com a cabeça abaixo da linha do corpo e o rosto para baixo. Em seguida, o profissional de saúde deve dar cinco batidas com a parte inferior da palma das mãos entre as omoplatas do bebê. Depois, com a criança virada para cima, mas ainda apoiada em um dos braços, deve-se manter o bebê inclinado e pressionar o peito até que o objeto saia.
Em crianças maiores, indica-se como técnica de emergência a manobra de Heimlich. Para contornar o engasgo, o médico deve estar atrás da criança para proceder as compressões. Com as mãos fechadas em punho, ele exercerá pressão entre o umbigo e a parte inferior do osso do peito. Manobras assim, consideradas de emergência, podem ser realizadas por pais ou responsáveis.
Gostou deste conteúdo? Então, aproveite para ouvir o episódio do nosso podcast que fala sobre a abordagem mais adequada diante dos casos de ACE. Para entender o assunto, entrevistamos o cirurgião torácico Júlio Espinel, que atua nos hospitais Santo Antônio, Moinhos de Vento e Pronto Socorro em Porto Alegre. Escolha sua plataforma preferida:
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Redação Secad
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