Como identificar e tratar os diferentes tipos de anemia
- novembro/2020
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A anemia é uma doença decorrente da diminuição do número de hemácias e dos níveis de hemoglobina no sangue. Essas estruturas transportam o oxigênio dos pulmões para o resto do corpo, e quando o aporte fornecido é insuficiente há redução da funcionalidade dos órgãos.
De acordo com os parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição pode ser diagnosticada quando os índices de hemoglobina forem inferiores a 12g/dl nas mulheres e 13g/dl nos homens.
A patologia possui diferentes causas, e sua manifestação varia conforme sua origem. Alguns sintomas, entretanto, são comuns a maioria dos pacientes – como dor de cabeça, tontura, frio, palidez, falta de ar e pulso irregular. No Brasil, a prevalência entre adultos e idosos é de quase 10%.
Um estudo publicado na Revista Brasileira de Anestesiologia por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) evidenciou que esse percentual é significativamente maior entre pacientes internados: até 77% dos indivíduos em estado crítico desenvolvem anemia.
Seus efeitos no organismo também são variados. Segundo o Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), quadros que se estabelecem de forma lenta tendem a ser menos graves, uma vez que o corpo se adapta a reduções de até 25% da massa normal de glóbulos vermelhos. Os casos de início repentino, como sangramentos agudos, já são mais preocupantes e podem, inclusive, levar o paciente a óbito.
Dessa forma, é essencial que tanto o médico emergencista quanto o clínico geral conheçam as diversas apresentações da doença e estejam aptos a realizar o diagnóstico correto.
Diagnóstico
Quando houver suspeita de anemia, o primeiro passo é realizar uma boa anamnese. O profissional precisa questionar o paciente sobre seus hábitos alimentares, medicações de uso constante, padrões menstruais e históricos de sangramento. Por vezes, a doença é apenas sintoma de uma patologia pré-existente.
No exame físico, observa-se o possível aumento do baço e do fígado, os sinais de icterícia, hipocoloração das mucosas, adenopatias e hematomas espontâneos. Com essas informações coletadas, a próxima etapa é solicitar um hemograma completo. O exame é capaz de apontar a existência da condição e a sua gravidade, mas não a sua origem. Também podem ser requeridos os seguintes exames complementares:
>> Eletroforese da hemoglobina: analisa os diferentes tipos de hemoglobina no sangue. É recomendado para suspeitas de anemia falciforme.
>> Esfregaço de sangue periférico: avalia a aparência dos glóbulos vermelhos sob um microscópio para determinar o tamanho, forma, número e aparência. Fornece bons indicativos para talassemia, anemia megaloblástica e falciforme.
>> Contagem de reticulócitos: identifica a produção de novos glóbulos vermelhos pela medula óssea e permite diagnosticas a anemia aplástica.
>> Níveis de bilirrubina: útil para determinar se os glóbulos vermelhos do sangue são destruídos no interior do corpo, o que pode ser um sinal de anemia hemolítica.
>> Biópsia da medula óssea: recomendado exclusivamente para casos em que as suspeitas de disfunção na medula óssea sejam expressivas.
Tratamento da anemia
O tratamento da condição consiste na identificação e na resolução da sua causa. Para os tipos mais comuns, que são os oriundos da falta de nutrientes (deficiência de ferro, ácido fólico e B12), a terapia é realizada na rede primária de saúde, com reposição por suplementação e controle da perda de sangue quando presente.
Nos casos em que a anemia resulta de desequilíbrios hematológicos, o médico responsável pode solicitar apoio de um hematologista e iniciar transfusão de concentrados de hemácias.
A transfusão de eritrócitos, por sua vez, é reservada para pessoas com alto risco de desenvolver complicações cardiopulmonares, com perda de sangue descontrolada ou isquemia em órgão terminal. Em situações mais graves, ainda pode ser necessário recorrer a cirurgia para remoção do baço ou transplante de medula óssea.
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Redação Secad
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