Saiba identificar as sequelas metabólicas da intoxicação alimentar
- fevereiro/2021
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A sazonalidade é um indicador importante para a rotina clínica. Se no inverno as doenças respiratórias têm maior impacto nos atendimentos, no verão as condições mais comuns variam entre a desidratação, a dengue e a intoxicação alimentar. E a intoxicação alimentar, quando não tratada adequadamente, pode deixar sequelas metabólicas graves.
Em janeiro, época mais quente no Brasil e principal período de férias, são comuns os casos de intoxicação alimentar. A condição é causada pela ingesta de alimentos impróprios para o consumo – seja por má conservação ou por contaminação cruzada.
O calor acelera a decomposição dos alimentos e a proliferação de microrganismos tóxicos. No Brasil, a maioria dos casos de intoxicação alimentar é causada principalmente por Salmonella, Escherichia coli e Staphylococcus.
O Ministério da Saúde descreve que a intoxicação alimentar “ocorre quando uma pessoa ingere alimentos com substâncias tóxicas, incluindo as toxinas produzidas por microrganismos, como bactérias e fungos. Exemplo: botulismo, intoxicação estafilocócica e toxinas produzidas por fungos”.
As intoxicações alimentares que evoluem para quadros graves estão associadas ao desenvolvimento de alergias, problemas renais e respiratórios e até mesmo de condições neurológicas.
A depender do microrganismo causador e do manejo, o problema também pode desencadear doenças no fígado, como hepatite A, botulismo e, em casos extremos, má-formação congênita – relacionada à toxoplasmose.
Manejo e identificação da intoxicação alimentar
As intoxicações alimentaras estão no escopo do que o Ministério da Saúde cataloga como Doenças Transmitidas por Alimento (DTA) – e que inclui água. Existem mais de 250 tipos de DTA no mundo. Por isso, o diagnóstico diferencial é essencial para a prescrição do manejo terapêutico adequado. Caso contrário, a condição pode levar à desidratação, infecções graves e, em pacientes imunodeprimidos, a óbito.
Os principais sintomas que levam à suspeição são diarreia, vômito, dores abdominais e febre. Os sintomas podem variar de acordo com o patógeno causador da doença. No entanto, vários microrganismos desenvolvem quadros parecidos, o que pode dificultar o diagnóstico. Por isso, o médico deve solicitar análises como hemograma e exames microscópicos de fezes.
Enquanto isso, o médico deve orientar a ingestão de líquidos e repouso. Além disso, podem ser necessários medicamentos para controlar náuseas e vômitos. Em pacientes com risco de desidratação, deve ser prescrita a reposição de líquidos e sais por via endovenosa. Em casos que indicam infecções alimentares bacterianas, será preciso incluir o uso de antibióticos específicos.
Problema de saúde pública
Segundo a organização Mundial da Saúde (OMS), na região das Américas, as doenças diarreicas são responsáveis por 95% das DTA. No Brasil, a estimativa é de que ocorram 700 surtos de DTA anualmente.
Os surtos são registros de casos acima do esperado para uma região. No Brasil, ocorrem em grande quantidade, já que a maior incidência de intoxicação alimentar ocorre nas residências onde vivem, em média, de três a quatro pessoas.
Segundo o Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), entre 2000 e 2017, o Brasil registrou 238.909 casos de doenças transmitidas por alimentos, com 183 óbitos e 12.619 surtos.
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Redação Secad
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