Transtorno de personalidade narcisista: entenda o funcionamento

O transtorno de personalidade narcisista ainda é considerado raro. No entanto, o comportamento e a cultura da sociedade ocidental reforçam alguns padrões ligados ao problema, como grandiosidade, necessidade de admiração e ausência de empatia.

Atualmente, as redes sociais contribuem para legitimar estilos de vida vinculados à ostentação e à aprovação. Ao mesmo tempo, provocam sofrimento pelo excesso de padrões, cobranças e dependência de aceitação. É habitual indivíduos buscarem atendimento psicossocial para tratar a dependência que os likes proporcionam. Em casos assim, é comum que as pessoas desenvolvam quadros de ansiedade.

O transtorno de personalidade narcisista, entretanto, reúne uma série de características e comportamentos permanentes atrelados a problemas envolvendo críticas, mágoas e derrotas.

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Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBTC).

Como identificar

O diagnóstico do transtorno de personalidade narcisista carece de maior acurácia. Isso porque os pacientes demonstram elevado risco de suicídio de forma abrupta. É importante lembrar que os homens correspondem a até 70% dos casos.

Conheça os cinco os pilares do diagnóstico do transtorno de personalidade narcisista:

– Sentimento de grandiosidade: a pessoa se autoconfere importância elevada e exagera em realizações e talentos. Dessa forma, espera ser reconhecido como alguém superior.

– Fantasias: preocupa-se em idealizar e ostentar sucesso, poder, beleza e comportamentos similares.

– Ser especial: acredita que, por ser alguém grandioso, deve se relacionar com semelhantes “à sua altura”.

– Exigências: necessita de admiração excessiva, de atenção integral e de status.

– Ausência de empatia: reluta em reconhecer as necessidades alheias e não tem escrúpulos ao tirar vantagem de relações interpessoais para seu próprio benefício.

A inveja e a arrogância completam os comportamentos que podem caracterizar um indivíduo narcisista. Essas atitudes geram sofrimento, uma vez que as projeções de reconhecimento são irreais. Pacientes assim recebem algum tipo de atenção por um tempo, mas assim que se sentem isolados procuram novas relações, travando uma busca incansável por supervalorização.

Tratamento

As terapias cognitivo-comportamentais (TCCs) são uma referência no tratamento do transtorno de personalidade narcisista. Sua maior contribuição está na mudança de padrões disfuncionais e na análise dos significados atribuídos aos acontecimentos.

Em busca de indícios das origens dos problemas psicológicos, a terapia do esquema é a prática que apresenta melhores resultados. A técnica reúne abordagens psicanalíticas, de Gestalt e do construtivismo, entre outras intervenções complementares.

É preciso lembrar, inclusive, que indivíduos narcisistas demonstram dificuldade em colaborar com o terapeuta e não compreendem ou expressam seus sentimentos de maneira realista. Logo, a terapia do esquema funciona como um filtro, ao identificar informações relevantes ao tratamento.

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