Como evitar a abstinência de antidepressivos em pacientes psiquiátricos
- março/2021
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A interrupção do uso de antidepressivos ocorre, em geral, quando o psiquiatra observa avanços significativos no quadro do paciente. A segunda onda de Covid-19 intensificou o uso desses medicamentos, ainda que o acesso a eles e a assistência adequada ao tratamento venham sendo afetados pelo distanciamento social. É nesse contexto que aumenta a preocupação com a abstinência de antidepressivos.
No Brasil, a venda de antidepressivos controlados em 2020 teve aumento de 17% em relação ao ano anterior. O período de adaptação após o primeiro contato com o fármaco pode ser de até seis semanas, quando o antidepressivo começa a mostrar resultados. Mas alguns pacientes abandonam o tratamento ainda no início por acreditarem que não faz efeito. Aqui, é função do médico psiquiatra orientar os indivíduos a respeito desses fatores.
Os antidepressivos pertencem à classe de inibidores da recaptação da serotonina e provocam alterações neurofisiológicas. Fármacos assim são empregados no tratamento de distúrbios psiquiátricos como depressão, ansiedade, estresse pós-traumático, obsessão e compulsão. Após a adaptação do cérebro à nova condição, sempre que houver interrupção abrupta no tratamento, é natural a desestabilização do quadro do paciente.
Sinais de abstinência de antidepressivos
Os sinais de abstinência começam a surgir em até 72 horas após a interrupção da ingestão. Em geral, se manifestam por sintomas psiquiátricos, neurológicos, gastrintestinais e somáticos. A sintomatologia, aliás, se manifesta de acordo com o período de tratamento – ou seja, quanto maior for o consumo de antidepressivos, mais extensa tende a ser a abstinência.
O quadro pode se estender por semanas. Além disso, cada droga tem um tempo de eliminação: quanto mais rápido for excretada, mais cedo surgem os sintomas. Outra condição que deve ser observada pelo psiquiatra é o ressurgimento dos sintomas do transtorno de base. Os comportamentos ligados à depressão, por exemplo, podem surgir e se intensificar ainda no primeiro ano após a abstinência.
Como realizar a interrupção do consumo de forma adequada
Para pacientes que passaram por interrupções no tratamento de modo repentino, a indicação é de restabelecimento imediato do tratamento. Nesse contexto, ao voltar a usar o medicamento, o paciente apresenta sinais de melhora já nas primeiras 24 horas.
Para aqueles que estão em processo de alta do tratamento medicamentoso, o psiquiatra pode orientar que as doses diárias sejam diminuídas gradativamente, no decorrer de quatro a seis semanas, até que a interrupção completa seja realizada com segurança.
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Redação Secad
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