CLIMATÉRIO E TRANSTORNOS DO HUMOR: DIAGNÓSTICO E CONDUTA

Autores deste artigo

• MARCO AURÉLIO ALBERNAZ

• LÍLLIAN LACERDA VIANA

• ANA PLYCILA BOTELHO CHAVES

• ANE JULIANE RODRIGUES WACHHOLZ

Resumo

O declínio da função ovariana é um fator predisponente para alterações do humor na mulher climatérica devido ao consequente estado de hipoestrogenismo, que pode causar interferência ou exacerbação dos transtornos de humor. A relação entre transtornos depressivos, hormônios e estágios da menopausa tem sido objeto de estudo e intensa controvérsia, e existem indícios de que o estrogênio (E) exerce efeitos mediadores e possivelmente terapêuticos sobre o humor, o que pode ser corroborado pela presença e pela ampla distribuição de receptores de E no cérebro, bem como por sua atividade encontrada em regiões conhecidas por envolvimento no humor e na regulação cognitiva. Isso torna o E uma alternativa terapêutica no tratamento das alterações de humor no climatério, junto à psicoterapia e ao uso de antidepressivos. Contudo, ao diagnóstico, é necessário buscar diferenciar mulheres com sintomas que não caracterizam depressão, mas que estão diretamente relacionados ao hipoestrogenismo, mulheres cujo quadro depressivo foi desencadeado pelas alterações próprias do climatério e mulheres com quadros depressivos prévios que independem do status hormonal. O diagnóstico em si é realizado por meio da história clínica e pode ser auxiliado pela utilização de questionários como a Escala Climatérica de Greene e pela exclusão da depressão propriamente dita. O tratamento deve ser particularizado, e deve-se levar em conta a diferenciação entre quadro depressivo maior e sintomas depressivos decorrentes do hipoestrogenismo. Embora a medicação antidepressiva seja a base do tratamento medicamentoso da depressão, a terapia adjuvante, especialmente com E, pode ser indicada em casos refratários e é capaz de acelerar a ação de medicamentos.

Palavras-chave

ginecologia; climatério; menopausa; transtornos do humor; terapia hormonal.