Cirurgia no trauma: por dentro da rotina do médico especialista
- novembro/2020
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A subespecialidade de Cirurgia do Trauma foi reconhecida há pouco tempo pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Apenas em 2011, através da resolução 1.973/2011, a área foi validada como nicho específico de atuação – recebendo, assim, aval para desenvolver seus próprios programas de especialização e residência.
A legitimação gerou oportunidades para que médicos cirurgiões e emergencistas se dediquem ainda mais ao estudo das complexidades e desdobramentos do trauma. Além disso, contribuiu para que o atendimento de urgência e emergência se tornasse mais eficaz e capacitado.
Os traumas são uma das principais causas de morte. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), respondem por mais de 5,8 milhões de óbitos a cada ano. Assim, é essencial que as equipes médicas possam contar com profissionais especialistas em seu manejo.
O trauma possui três picos de morte: nos minutos iniciais, nas primeiras horas e nas primeiras semanas após o episódio. A aplicação correta do protocolo XABCDE, quando aliada ao domínio completo dos procedimentos cirúrgicos, pode colaborar significativamente para a redução do número de óbitos ocasionados pelos dois últimos picos.
Para estar sempre a par dos avanços na Cirurgia, conheça a Atualização Profissional desenvolvida em parceria com o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC).
Desafios da rotina no trauma
O paciente do trauma se diferencia dos demais por necessitar de atendimento instantâneo, intervenções agressivas e controle rigoroso de hemorragias. O cirurgião especialista na área lida com pessoas mais expostas ao risco de morte – e precisa atender diferentes demandas simultaneamente.
Segundo a Associação Americana para Cirurgia do Trauma (AACT), o médico especialista tem um intervalo de tempo muito pequeno para tomar decisões que alteram completamente o prognóstico do indivíduo. Por isso, ele deve trabalhar em sincronia com os enfermeiros e técnicos responsáveis pelas demais etapas do protocolo XABCDE. Não raramente, ele será acompanhado por cirurgiões vasculares e neurocirurgiões.
O médico com essa especialidade também precisa interpretar exames de imagem executados em situações adversas e no menor tempo possível. E mesmo com o apoio dos demais profissionais da saúde ele deve estar atento aos sinais vitais e reações de medicamentos administrados durante todo o procedimento cirúrgico.
Ainda de acordo com a AACT, é função do cirurgião do trauma contribuir para a redução dos acidentes traumáticos, educando a população sobre formas de cuidado e prevenção.
Como se preparar
Conforme as diretrizes da resolução 1.973/2011, o profissional de medicina precisa realizar três anos de residência em Cirurgia Geral e mais um ano em Cirurgia do Trauma. A Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT), entretanto, vem defendendo a ampliação da residência em Trauma para um período de dois anos.
Em entrevista ao portal da SBAIT, o diretor da entidade Gustavo Pereira Fraga explica os motivos da proposta: “Com um ano de atuação em Cirurgia do Trauma, ainda não é possível formar um médico que conheça epidemiologia, prevenção, atue em pré-hospitalar, seja competente em diagnóstico e conduta na sala de urgência e tenha liderança para atuar com outros profissionais e especialidades médicas que o traumatizado grave exige”.
Atualmente, existem mais de 20 centros hospitalares no Brasil que oferecem essa residência. Também é possível se tornar especialista através de concurso do CBC.
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Redação Secad
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