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Como as terapias cognitivo-comportamentais ajudam a conter o transtorno de conduta na infância

Crianças e adolescentes antissociais, agressivos e desafiadores são comumente associados à delinquência. A designação diz respeito à violação ética e social e é popularmente julgada como um desvio de caráter. Na saúde mental, entretanto, tais sintomas são associados ao transtorno de conduta. Comportamentos exacerbados podem ser contidos através das terapias cognitivo comportamentais (TCC).

O diagnóstico diferencial para casos assim é fundamental, uma vez que os pacientes apresentam sintomatologia similar àquelas do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). A condição é comum na infância e puberdade. Em adultos, o transtorno é diagnosticado como transtorno da personalidade antissocial.

De fato, muitas crianças com transtorno de conduta demonstram algum nível de TDAH. Entretanto, os sinais característicos dessa condição ainda incluem desconsideração pelos sentimentos e bem-estar alheios, além da ausência de culpa e remorso. Provocações, ameaças e intimidações de ordem física, como violência e em alguns casos uso de armas entram no contexto do transtorno como violações graves.

Assim, chega-se ao diagnóstico se o paciente apresentar três ou mais comportamentos característicos presentes durante os últimos 12 meses e, ao menos, uma conduta grave nos últimos seis meses.

Origem dos transtornos de conduta

O transtorno de conduta pertence ao espectro dos transtornos disruptivos. Neles, se enquadram comportamentos como transgressão de normas, personalidade desafiadora e antissocial – principalmente quando causam desconforto em terceiros ou impacto no ambiente social.

O ambiente, aliás, pode desencadear comportamentos dessa natureza. Crianças com ansiedade e depressão, quando não diagnosticadas corretamente podem sofrer de transtorno de conduta ao conviver com pessoas agressivas ou passar por traumas violentos.

Entretanto, o transtorno manifesta-se de formas diferentes de acordo com o gênero da criança. Meninos são a maioria dos portadores do transtorno e tendem a apresentar agressividade física e desobediência. Meninas, no entanto, demonstram atração por mentiras, fugas e, em alguns casos, prostituição.

O diagnóstico depende de avaliação e entrevista aprofundadas, uma vez que não há escalas específicas para os transtornos de conduta.

Função das terapias cognitivo comportamentais

Em pacientes com transtorno de conduta, é importante diminuir comportamentos disruptivos e incentivar hábitos pró-sociais através da autorregulação. Essas técnicas correspondem às terapias cognitivo comportamentais. A operacionalização dos objetivos pelo próprio paciente otimiza a dinâmica do tratamento.

A TCC é indicada para o transtorno de conduta, pois é baseada na teoria da aprendizagem social. Nela, compreende-se que o ambiente e as características temperamentais são complementares para determinar o comportamento. Para crianças em formação de personalidade, as terapias cognitivo comportamentais são ainda mais efetivas, já que propõe que os comportamentos são adaptativos. Ou seja, é possível administrar a interação entre os pensamentos, sentimentos e comportamentos da pessoa.

Assim, a criança com transtorno de conduta passa a tomar ciência da repercussão dos seus atos e consegue desenvolver, com orientação do terapeuta, estratégias para lidar com sentimentos negativos. O profissional de saúde deve incluir os pais no tratamento, fazendo avaliações individuais e dinâmicas coletivas para chegar a melhores resultados na família. Essas medidas contribuem para amenizar estímulos externos que influenciem o comportamento transgressor da criança.