TERAPIA DE ACEITAÇÃO E COMPROMISSO PARA DOR CRÔNICA

Autores deste artigo

• EDUARDO SANTOS MIYAZAKI

• JOSÉ LUIZ DIAS SIQUEIRA

• ROBERTO ALVES BANACO

Resumo

A dor crônica é uma das principais causas de procura por atendimento no sistema de saúde e de incapacidade para o trabalho, com graves consequências psicossociais e econômicas. Embora muitos pacientes com dor crônica utilizem com alta frequência o sistema de saúde, poucos são acompanhados por especialistas ou equipes especializadas no tratamento de dor. Várias medidas são, portanto, necessárias para compreender o comportamento de dor e propor um modelo de atuação capaz de fornecer subsídios para lidar de maneira adequada com a situação. A Associação Americana de Psicologia (em inglês, American Psychological Association [APA]) apontou o foco nos tratamentos não farmacológicos para a dor crônica como uma das dez principais tendências para o ano de 2019. Atualmente, psicólogos desempenham importante papel em clínicas de dor no Brasil e no mundo. Embora a terapia cognitivo-comportamental (TCC) seja apontada como ?padrão-ouro? entre as intervenções psicológicas para o manejo da dor crônica, existe espaço para outras formas de atuação, e a terapia de aceitação e compromisso (em inglês, acceptance and commitment therapy [ACT]) mostra-se promissora. A ACT fundamenta-se filosoficamente no contextualismo funcional, que evidencia a importância de contextos históricos e situacionais para a compreensão do comportamento humano. Para a ACT, o foco de atuação é o aumento da flexibilidade psicológica e a diminuição da esquiva experiencial. Para que isso seja possível, são utilizadas ferramentas como metáforas e atividades experienciais. Isso possibilita a diminuição do controle verbal por parte do cliente e o coloca em contato com o que está acontecendo no momento. Um ponto importante da ACT é que, diferentemente de outras intervenções, ela não visa controlar ou diminuir a intensidade da dor, mas sim alterar a forma como os indivíduos se relacionam com ela.

Palavras-chave

Terapia de aceitação e compromisso; Terapias comportamentais contextuais; Dor crônica; Psicologia.